Dr. Victor Portocarrero - Urologista
O que é o procedimento litotripsia?

A litotripsia é um procedimento médico que fragmenta cálculos urinários para facilitar sua eliminação sem necessidade de cirurgia invasiva.
A litotripsia é um procedimento indicado para o tratamento de cálculos renais (pedras nos rins) e ureterais, que visa fragmentar os cálculos em pedaços menores para serem eliminados naturalmente pela urina. O método pode ser realizado de forma não invasiva ou minimamente invasiva, dependendo do tipo de litotripsia utilizado e da localização do cálculo.
O procedimento mais conhecido é a litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), que utiliza ondas sonoras de alta energia emitidas de fora do corpo, com foco sobre o cálculo. Essas ondas fragmentam a pedra sem necessidade de incisão. O tratamento é ambulatorial e o paciente retorna para casa no mesmo dia.
Em casos mais complexos, como cálculos maiores ou localizados em regiões de difícil acesso, pode-se optar pela litotripsia a laser, realizada por via endoscópica. Nesse caso, um ureteroscópio é introduzido pela uretra até o cálculo, permitindo a aplicação direta de energia laser para fragmentação.
A escolha do tipo de litotripsia depende do tamanho, localização e composição do cálculo, bem como das condições clínicas do paciente. Em todos os casos, o objetivo é eliminar a dor, preservar a função renal e evitar a necessidade de cirurgia aberta.
A litotripsia apresenta alta taxa de sucesso e baixo risco de complicações, sendo hoje um dos tratamentos preferenciais na urologia moderna para a resolução de litíase urinária.
Quais os tipos de litotripsia existentes na urologia?
A litotripsia pode ser realizada por diferentes técnicas, que variam conforme a via de acesso e a fonte de energia utilizada. Cada tipo apresenta indicações específicas e vantagens terapêuticas distintas.
A litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO) é a técnica mais utilizada para cálculos renais de até 1,0 cm. É não invasiva, realizada com o paciente deitado sobre uma mesa que emite as ondas de choque direcionadas ao rim. Não requer anestesia geral.
A litotripsia intracorpórea pode ser dividida em:
- Litotripsia endoscópica com laser de holmínio: ideal para cálculos ureterais ou intrarrenais complexos.
- Litotripsia pneumática: utiliza ar comprimido para fragmentação mecânica do cálculo.
- Litotripsia ultrassônica: menos comum, fragmenta e aspira simultaneamente.
Lista dos principais tipos de litotripsia:
- Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO)
- Litotripsia com laser de holmínio (ureteroscopia)
- Litotripsia pneumática
- Litotripsia ultrassônica
- Nefrolitotripsia percutânea (PNL)
- Litotripsia combinada (endoscópica e extracorpórea)
- Litotripsia com robô (em centros de alta complexidade)
Litotripsia substitui a cirurgia tradicional para pedras nos rins?
Sim. Em grande parte dos casos, a litotripsia substitui a cirurgia tradicional com eficácia superior, menor risco e recuperação mais rápida. A indicação correta permite resolver o quadro de litíase renal sem cortes, internamento prolongado ou risco de lesões extensas.
A litotripsia extracorpórea, por exemplo, pode ser feita de forma ambulatorial, com retorno às atividades habituais em 24 a 48 horas. Já os procedimentos endoscópicos com laser também têm tempo de recuperação curto e baixo índice de complicadores.
Cirurgias abertas ou laparoscópicas têm sido reservadas apenas para casos raros, como pedras muito grandes, cálculos coraliformes complexos ou falhas nos métodos menos invasivos. A evolução da tecnologia na urologia moderna favorece métodos cada vez menos agressivos.
Qual o tempo de recuperação após a litotripsia?
O tempo de recuperação após a litotripsia varia conforme o tipo de procedimento. Na maioria dos casos, o paciente retorna às atividades leves em 1 a 3 dias. Em procedimentos mais invasivos, como a PNL, a recuperação pode levar 15 a 30 dias.
Durante esse período, pode haver eliminação espontânea dos fragmentos, leve sangramento urinário, desconforto pélvico e necessidade de maior ingesta hídrica. Analgésicos leves e orientação sobre sinais de alerta fazem parte da conduta.
O acompanhamento com urologista é essencial para avaliar a eliminação completa dos fragmentos, prevenir infecções e definir medidas de prevenção de novos cálculos.