Dr. Victor Portocarrero - Urologista
Quando a fimose é preocupante?

A fimose é preocupante quando impede a exposição da glande, causa dor, infecções recorrentes, dificuldades na micção ou durante relações sexuais.
A fimose é considerada fisiológica em crianças pequenas, geralmente até os 3 anos de idade. Nessa fase, a pele do prepúcio ainda pode estar aderida à glande, mas tende a se desprender com o crescimento. No entanto, quando essa condição persiste ou gera complicações, passa a ser classificada como patológica e exige atenção médica.
A fimose patológica é caracterizada pela impossibilidade completa ou parcial de retração do prepúcio, com sintomas associados como dor, dificuldade na micção, infecções urinárias e balanopostites (inflamações do prepúcio e da glande). Nesses casos, a avaliação com urologista é fundamental.
Outro ponto que exige preocupação é quando a fimose interfere na higiene adequada da região genital. A dificuldade de limpeza pode favorecer o acúmulo de esmegma e o surgimento de infecções recorrentes. A presença de fimoses cicatriciais e sintomas durante a relação sexual também são indicativos de necessidade de tratamento.
Nos adultos, a fimose pode causar dor na ereção, fissuras no prepúcio, dificuldade na penetração e aumento do risco de infecções sexualmente transmissíveis. A preocupação também aumenta quando há suspeita de parafimose, uma condição em que o prepúcio retraído não consegue retornar à posição normal, causando estrangulamento da glande.
Portanto, a fimose é preocupante quando impede funções fisiológicas, afeta a qualidade de vida ou provoca sintomas. O tratamento precoce previne complicações e permite melhor desenvolvimento urogenital.
Quais são os sinais de que a fimose deixou de ser normal?
A fimose fisiológica tende a regredir espontaneamente nos primeiros anos de vida, mas é importante identificar sinais de alerta que indicam a transição para um quadro patológico. O principal critério é a permanência da dificuldade de retração após os 3 anos.
Outros sinais incluem infecções de repetição, dificuldade em urinar, jato fraco ou entrecortado, dor na região prepucial e formação de cicatrizes esbranquiçadas. Essas características indicam fimose cicatricial, que não tende a melhorar sozinha.
Na adolescência ou idade adulta, a dor durante a ereção, fissuras frequentes, incômodo nas relações sexuais ou dificuldade para higienizar o pênis corretamente são sinais claros de que a fimose é patológica e necessita de intervenção.
Lista de sinais que indicam preocupação com fimose:
- Incapacidade de expor totalmente a glande após os 3 anos
- Infecções urinárias recorrentes
- Balanopostites frequentes
- Dificuldade ou dor para urinar
- Dor durante a ereção
- Fissuras ou sangramentos no prepúcio
- Presença de cicatrizes brancas
- Acúmulo de secreção com mau odor
Fimose pode prejudicar a vida sexual e a fertilidade?
A fimose em adultos pode interferir diretamente na qualidade da vida sexual e na fertilidade. O estreitamento do prepúcio pode causar dor, incômodo e dificultar ou impedir a penetração. Em muitos casos, o paciente evita relações sexuais por medo ou vergonha.
O desconforto durante o ato sexual pode resultar em fissuras, sangramentos e inflamações. Isso afeta a autoestima e o relacionamento conjugal. Além disso, a dificuldade na ejaculação, por conta da dor ou obstrução mecânica, pode impactar a capacidade reprodutiva.
Em casos mais graves, a fimose pode favorecer a formação de esmegma e infecções locais, aumentando o risco de lesões penianas e transmissão de ISTs. Por isso, é essencial tratar a fimose patológica para preservar a função sexual e a fertilidade masculina.
Como é feita a cirurgia de fimose em adultos?
A postectomia é realizada sob anestesia local, raquidiana ou geral, dependendo da idade, histórico clínico e preferência do paciente. O procedimento dura cerca de 30 a 45 minutos e é feito em ambiente ambulatorial ou hospitalar.
Durante a cirurgia, o prepúcio é removido parcial ou totalmente, permitindo a exposição definitiva da glande. A recuperação leva 15 dias , com necessidade de cuidados locais, abstinência sexual temporária e uso de analgésicos.
A evolução costuma ser satisfatória, com alívio dos sintomas e melhora na qualidade de vida. A indicação deve sempre ser feita por urologista após avaliação individualizada.